Nos últimos anos, temos visto muitas mães reclamarem sobre problemas alimentares com seus filhos e isso vem se tornando cada dia mais comum e corriqueiro. Fato esse que acaba por afetar toda a estrutura familiar, social e cultural. É muito comum ouvirmos mães falarem: “meu filho não come” ou “meu filho só come besteiras”.
As dificuldades alimentares representam uma das mais importantes preocupações enfrentadas na infância e se tornam causa frequente de conflitos na relação entre pais e filhos.
Esse problema ja vem sendo tratado como TAS (Transtorno Alimentar Seletivo), que vem a ser um distúrbio que se caracteriza pela rejeição a muitos alimentos, ficando a dieta restrita acerca de alguns tipos de comida, geralmente carboidratos, açúcar e os processados. A criança seletiva manifesta a recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento. Já presenciei casos de total aversão a praticamente qualquer tipo de alimento, com exceção de leite com chocolate e poucos tipos de cereais.
Os cientistas apontam a existência de componentes biológicos e psicológicos como causas desse distúrbio. Quanto ao fator biológico, estudos mostram que a rejeição a determinados alimentos se dá muito mais por vias sensoriais e não pelo sabor do alimento, exemplo, não gostar do cheiro ou da aparência.
Em relação ao psicológico, podemos associar a emoções negativas para com alguns tipos de alimentos, exemplo, um mal estar fisico causado pela comida, engasgos ou problemas gastrointestinais. Podemos citar também como fator psicológico o fato da criança inconscientemente estar fazendo birra com os pais afim de chamar a atenção dos mesmos.
As razões desses comportamentos são bastante complexas pois envolvem as interações familiares e sociais. Estudo recente sobre o aspecto psicológico da queixa materna “meu filho não come”, revela que é impossível apontar por onde começam as dificuldades, se nos sentimentos da mãe ou no comportamento da criança. Ou seja, quem nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha?
Pesquisando sobre o assunto, descobri que esse transtorno é muito mais complexo do que parece ser. Inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas tanto aqui nos Estados Unidos quanto no Brasil e em outros países, mas até o momento não existe nenhum resultado concreto sobre esse assunto pois as causas são extremamente variadas, uma vez que envolvem problemas diversos tais como, estrutura familiar, social e cultural. Fora isso, é grande a escassez de matéria sobre esse assunto. Eu acredito que isso ocorre em função da diversidade de fatores que levam a criança a esse tipo de transtorno.
A participação da mãe, familiares e cuidadores é de suma importância. Pais com histórico de depressão e transtornos alimentares e/ou exigentes, tendem a apresentar filhos com maior risco de padrões alimentares inadequados. Podemos citar o caso de pais autoritários, que controlam horários, quantidade e qualidade induzindo-os a uma relação de dependência, com dificuldade em experimentar novos desafios, entre eles, experimentar novos alimentos. Frente ao controle exagerado dos pais, observa-se que algumas crianças podem se tornar desafiadoras e utilizam a alimentação apenas para fazer o que lhes apetece.
Para casos mais sérios desse tipo de transtorno, podemos dizer que o tratamento deve ser conduzido por profissionais das áreas de Pediatria, Nutrição e Psicologia. As refeições em família devem ser regulares e também devem ser bem apreciadas como momentos prazerosos para que a criança sinta a importância do prazer no ato de comer, entendendo que a alimentação serve para alimentar não só o nosso corpo fisico mas também o nosso corpo emocional.
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