É com imenso pesar que venho hoje apresentar o mais novo agente causador de intolerância alimentar: os frutanos. E ao mesmo tempo fico pensando…onde vamos parar com isso tudo? E mais, por que tanta intolerância? Mas vamos ao assunto. Os frutanos são carboidratos e são provenientes de plantas que usamos para a nossa alimentação e eles parecem ter uma certa relação com o glúten. Parece que o glúten levou a culpa por anos, mas os verdadeiros culpados em muitos casos podem ter sido os frutanos.
Antes de mais nada vamos lembrar que existe uma diferença entre alergia ao glúten, que é ser celíaco, e ter intolerância ao glúten. Celíaco não pode comer glúten porque desenvolve uma inflamação nas células intestinais e estas células se modificam e não conseguem mais absorver os nutrientes, muito mais sério que a intolerância ao glúten. Na intolerância há a formação de gases e desconforto, podendo causar cólicas, mas não há modificação das células. Posto isso voltamos aos frutanos. Esses carboidratos estão presentes também no trigo, cevada e centeio, mas também no alho porró, alho, cebola, aspargos e alcachofra.
Um experimento simples mostrou que os frutanos podem ser os verdadeiros vilões. Um grupo de pessoas que apresentavam intolerância ao glúten foi dividido em três grupos menores. Um grupo não comia nada que tivesse frutanos ou glúten, outro comia alimentos com frutanos e o terceiro comia alimentos com glúten. As três dietas foram testadas nos três grupos em momentos diferentes. O resultado foi que aqueles que pensavam ter intolerância ao glúten tiveram efeitos adversos como gases e cólicas, ao ingerirem frutanos e não apenas o glúten.
Como os alimentos que tem glúten também podem ter frutanos e nesse caso as quantidades ingeridas são maiores, essa quantidade e a presença dos frutanos podem causar toda essa intolerância. Ou seja, erramos, acusamos sem provas o coitadinho do glúten. Outra coisa interessante é que a retirada do glúten foi associada ao emagrecimento e claro que isso promoveu a grande repercussão da dieta sem glúten.
E, mais uma vez, de novo, a velha história de que tudo que é demais faz mal. Sim, existem as pessoas que são alérgicas, mas se ocorre a ingestão de um tipo de alimento em quantidades muito elevadas, é natural que o corpo reaja para que isso não se prolongue. Tão importante quanto o equilíbrio na alimentação, é a ponderação com relação ao que eu leio e ao que eu aceito como verdade.