As interações alimentares que envolvem o glúten não são totalmente esclarecidas, mas uma coisa já temos certeza é que apenas as pessoas diagnosticadas como celíacas devem eliminar o glúten e qualquer traço dele da alimentação. Porém, existem muito mais pessoas eliminando o glúten. Algumas porque acreditam que irão emagrecer, outras porque quando comem alimentos ricos em glúten comem muito e passam mal porque comeram muito e outras ainda que têm intolerância ao alimento que contem glúten.
Não adianta eliminar o glúten da dieta para emagrecer porque não é ele o responsável pelo excesso de gordura. O excesso de gordura vem de um excesso de alimento. Mas, no caso de pessoas que se classificam ou são classificadas como intolerantes ao glúten, existem algumas novidades.
Os alimentos que contém glúten contem também outros nutrientes e alguns deles como os frutanos podem causar aumento na produção de gases. Isso quer dizer que não é o glúten, mas os frutanos (1).
Como tudo isso é possível e quem são esses frutanos? Não são as frutas, então não pense que fruta faz mal porque elas não fazem não. OS frutanos existem em todas as plantas que produzem flores e frutos e existem em toda a planta, nas folhas, nos caules, nas flores e nos frutos. São muito importantes na manutenção da nossa saúde, da nossa microbiota. Microbiota são as bactérias boas que vivem nos intestinos e são muito importantes.
Mesmo essas bactérias boas se estiverem em quantidades maiores que o ideal irá produzir muitos gases e levar ao mal-estar e distensão abdominal. Isso leva às pessoas a entenderem que são intolerantes ao glúten. No entanto, a intolerância é aos frutanos.
Mas o que fazer? Comer com moderação é a primeira providência. Prestar atenção no que está comendo, na quantidade que está comendo e como seu corpo reage ao que você comeu. Isso ajudará muito a entender quem está causando o mal-estar. Esse é um dos pontos fundamentais do meu trabalho, ajudar as pessoas a entenderem o que comem e como esse alimento irá agir no corpo. Assim podem viver melhor e ter mais saúde. Na maioria das vezes não é necessário retirar o alimento da dieta, basta entender quanto e quanto se pode comer.
1. https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(17)36302-3/fulltext