Ter bom senso parece que não está na moda. As pessoas ou não fazem nada ou fazem muito, em excesso.
Na alimentação por exemplo é comum encontrarmos pessoas que não comem um monte de tipos de alimentos, mas não comem nunca, e aquelas que comem de tudo, mas comem muito. Está cada dia mais difícil encontrar pessoas que apenas se alimentam e não estão muito preocupadas se vão ou não engordar.
Com os exercícios podemos dizer que ocorre o mesmo. Existem aqueles que são viciados em fazer exercícios e quando não fazem se sentem mal ou culpados e aqueles que se fazem é por um tempo e não conseguem manter uma rotina por mais de alguns poucos meses. Dentre aqueles que fazem, eles estão sempre ligados no que existe de mais atual nos blogs e websites de famosos. Se um famoso faz e está dentro dos padrões de beleza, é motivo suficiente para que muitas pessoas sigam o exemplo e passem a praticar o mesmo tipo de exercício. Mas o que há de errado nisso? A intensidade.
Há muitos anos tive um professor de farmacologia fabuloso. Ele dava aulas sobre fármacos que atuavam no comportamento das pessoas e para isso ele explicava o comportamento. O que ele mais dizia em sua aula era “não se enquadrem! Todos temos os mesmos sintomas, o que difere a pessoa sã da pessoa enferma é a intensidade. ” Essas palavras ainda hoje explicam muita coisa. Fazer exercícios é muito saudável, mas fazer exercícios com lesões, ou gripado não é saudável. Descansar é saudável, mas não sair do sofá o dia todo e nunca movimentar o corpo, está errado.
Na minha opinião está faltando bom senso. Ponderar o que se deve fazer é essencial para a manutenção da saúde e qualidade de vida. No meu trabalho de prescrição e acompanhamento de exercícios, o que tenho como respostas dos meus clientes não são medalhas e troféus e algumas vezes nem um super emagrecimento que os coloque como “sarados”. Mas, sem dúvida eu escuto de todos eles que, se sentem menos cansados, menos dores pelo corpo, conseguem aproveitar mais os momentos de lazer fazendo o que não conseguiam antigamente. Porém, é preciso também dizer que muitos não acreditam muito quando iniciam um programa de exercícios comigo, pois estão esperando ficar muito doloridos no dia seguinte, ou mesmo que eu vá indicar exercícios extremamente difíceis e elaborados. Pacientemente eu explico o que está acontecendo e eles vão aos poucos sentindo a melhora e aprendendo a gostar de fazer exercícios e acima de tudo entendendo a importância de fazer exercícios sempre.
Sem dúvida existem pessoas que gostam muito de exercícios extenuantes, mas não são a maioria. Como também existem aqueles que não gostam de exercícios. Todos devem encontrar uma quantidade e intensidade de exercício que seja capaz de trazer bem-estar, saúde e segurança. Para isso, basta ter bom senso e uma boa orientação.