Detox de Verão e o Dilema das Frutas Vermelhas.

Saúde e Bem Estar

Morangos, framboesas, mirtilos, amoras – as chamadas frutas vermelhas, em alta durante o verão, são uma festa para os olhos e o paladar. Fazem parte de um dos grupos de alimentos mais saudáveis que existem graças a seu reduzido índice glicêmico[i] e sua concentração de fitonutrientes com propriedades antioxidantes[ii] e anti-inflamatórias[iii]. Ou seja, essas pequenas maravilhas da Natureza nos ajudam a combater três fatores que estão na raiz das doenças crônicas que assolam o mundo moderno: açúcar no sangue desregulado[iv], estresse oxidativo[v] e inflamação[vi].

Essas gemas preciosas da culinária são igualmente cruciais quando o assunto é saúde hormonal. E não poderia ser diferente. Afinal, os mesmo fatores que influenciam o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares, demência ou câncer também atuam em nosso sistema hormonal, começando no momento em que damos a primeira mordida em um alimento, produzindo uma resposta do açúcar no sangue e na insulina. Se tal resposta for marcada por altos e baixos acentuados, a tiroide tende a ficar mais preguiçosa, a produção de testosterona aumenta e de progesterona diminui, levando a problemas como a Síndrome do Ovário Policístico. Inflamação também está na base de outros desequilíbrios hormonais como endometriose e miomas. Já deu para perceber que as frutas vermelhas são grandes aliadas da saúde hormonal, não é?

E tem mais. As frutas vermelhas também são excelentes colaboradoras do fígado em seu trabalho de limpeza diária,[vii] o que novamente é ponto a favor do nosso equilíbrio hormonal. Sim, porque TPM, endometriose, adenomiose, SOP e doença fribrocística da mama são todas condições caracterizadas por muito estrogênio em relação a progesterona. Portanto, descartar o estrogênio em excesso é essencial para restabelecer o equilíbrio. E quem processa o hormônio excedente para ser mandado embora? O incansável fígado. Mais um motivo para consumir frutas vermelhas regularmente se você sofre com a dominância de estrogênio.

Tudo seria perfeito se não houvesse um detalhe: as frutas vermelhas estão entre os alimentos que mais recebem pesticidas. Muitas dessas substâncias são em si, disruptores hormonais que imitam o estrogênio e acabam contribuindo para o aumento da carga de estrogênio no organismo.  Entre as frutas vermelhas, mirtilos são os campeões de pesticidas, seguidos de morangos. Segundo o banco de dados da organização Pesticide Action Network (PAN), mirtilos e morangos cultivados convencionalmente podem conter, respectivamente, resíduos de até 22 e 16 pesticidas considerados possíveis disruptores hormonais.

Nem mesmo mirtilos e framboesas silvestres escapam. Um estudo recente da University of Northern British Columbia detectou resíduos de glifosato em framboesas e mirtilos silvestres colhidos nas florestas locais. Embora o glifosato não seja considerado diretamente um disruptor hormonal, ele impacta negativamente a flora intestinal, o que por sua vez, é um elemento-chave em quadros de desequilíbrio hormonal.

Que fazer diante de semelhante dilema? Dê preferência a frutas vermelhas orgânicas. Dessa forma, você pode colher toda a gama de benefícios que tais frutinhas tem a oferecer sem os riscos de consumir resíduos de pesticidas inadvertidamente. Outra sugestão é fazer desintoxicações periódicas para melhorar a forma como o seu corpo processa e descarta não apenas resíduos de pesticidas, mas também metais pesados, excesso de hormônios e toxinas em geral que causam estragos em seu complexo e delicado sistema hormonal.

Detox de VeraoA partir deste verão, eu estou oferecendo uma detox sazonal para iniciantes. A detox dura 5 dias – de segunda a sexta-feira – e utiliza alimentos bastante acessíveis. As receitas são saborosas e fáceis de preparar. Não perca esta oportunidade de começar o verão com o pé direito e poder desfrutá-lo com mais energia e disposição. Aguardo você dia 10 de julho para iniciarmos um novo capítulo em sua busca de bem-estar. Desconto para inscrições antecipadas até 6 de julho. Para saber mais a respeito clique aqui!.


[i] Castro-Acosta, Monica L et al. “Berries and anthocyanins: promising functional food ingredients with postprandial glycemia-lowering effects.” The Proceedings of the Nutrition Society vol. 75,3 (2016): 342-55. doi:10.1017/S0029665116000240.
[ii] Paredes-López, Octavio, et al. “Berries: improving human health and healthy aging, and promoting quality life–a review.” Plant foods for human nutrition (Dordrecht, Netherlands) vol. 65,3 (2010): 299-308. doi:10.1007/s11130-010-0177-1
[iii] Piazza, Stefano, et al. “A Review of the Potential Benefits of Plants Producing Berries in Skin Disorders.” Antioxidants (Basel, Switzerland) vol. 9,6 542. 20 Jun. 2020, doi:10.3390/antiox9060542
[iv] Gonzalez-Rivas, Juan P, et al. “The Prevalence of Dysglycemia-Based Chronic Disease in a European Population – a New Paradigm to Address Diabetes Burden: A Kardiovize Study.” Endocrine Practice: official journal of the American College of Endocrinology and the American Association of Clinical Endocrinologists vol. 27,5 (2021): 455-462. doi:10.1016/j.eprac.2020.10.003
[v] Sharifi-Rad, Mehdi, et al. “Lifestyle, Oxidative Stress, and Antioxidants: Back and Forth in the Pathophysiology of Chronic Diseases.” Frontiers in Physiology vol. 11 694. 2 Jul. 2020, doi:10.3389/Phys.2020.00694
[vi] Furman, David, et al. “Chronic inflammation in the etiology of disease across the life span.” Nature Medicine vol. 25,12 (2019): 1822-1832. doi:10.1038/s41591-019-0675-0
[vii] Hodges, Romilly E, and Deanna M Minich. “Modulation of Metabolic Detoxification Pathways Using Foods and Food-Derived Components: A Scientific Review with Clinical Application.” Journal of Nutrition and Metabolism vol. 2015 (2015): 760689. doi:10.1155/2015/760689

 

 

Fernanda Cano é Nutricionista Holística, Naturopata e criadora da Cycles of Life Nutrition Inc. No Canadá há 21 anos, ela trabalha com mulheres na área do equilíbrio hormonal, através de consultas individuais, oficinas ao vivo e online sobre fermentados, desintoxicação e gestão do stress e um programa online para mulheres na Perimenopausa e Menopausa – Conexão Hormonal. Seu interesse pela saúde da mulher vem dos anos de 1990, quando trabalhou como editora assistente na Revista Mãe e concluiu seu mestrado sobre a cobertura da saúde da mulher na imprensa feminina brasileira. Hoje ela publica artigos regularmente em sua página no Facebook, unindo o amor pela pesquisa e pela escrita com o desejo de transformar a qualidade de vida das mulheres desde a puberdade até a menopausa através da alimentação e de mudanças no modo de vida. Fernanda mora em Montreal com o marido, duas filhas adolescentes, dois gatos e uma cachorra. Siga a Fernanda no Facebook e no Instagram

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