Hoje vou contar algumas historinhas que escutei dos meus clientes. Só lembrando que eu trabalho com nutritional mentoring, ou seja, ajudo as pessoas a se alimentarem melhor e não menos.
História número 1: -(eu) Como foi sua alimentação ontem? (cliente) – Ah, ontem eu pisei na bola, comi 8 brigadeiros! (eu) – por que você comeu 8 e não 1 ou 2? (cliente) – Comi porque eles caíram no chão. (eu) – Claro, perfeito, não havia outra solução.
História número 2: -(eu) Como foi sua alimentação ontem? (cliente) – Ah, ontem eu falhei, comi uma bomba de chocolate na padaria. (eu) – por que você pediu uma bomba de chocolate na padaria? (cliente) – Ah, eu fui comprar apenas leite, mas quando cheguei e olhei aquela bomba e ela olhou para mim, não tive como não comprar. (eu) claro, perfeito, não havia outra solução.
História número 3: -(eu) Por que você tomou esse yogurt que é tão cheio de açúcar? (cliente) – Tomei porque ele estava fechado na geladeira, não podia continuar fechado na geladeira. (eu) – Claro, perfeito, não havia outra solução.
Agora eu pergunto para você que está lendo esta coluna, qual das histórias não te parece maluca? E o mais incrível é que eu poderia continuar a escrever muitas outras histórias de “historinhas lindinhas que inventamos para nos agradar”. Em nenhuma existe sentido, razão ou normalidade. Mas todas elas serviram de base e deram licença para comer. Acho isso incrível.
Essas histórias, para mim, são a prova de que não temos consciência da nossa alimentação. Simplesmente obedecemos a vontade de comer, sem pensar, sem ponderar. Comemos e pronto. E essa inconsciência é uma porta aberta para que outras pessoas nos induzam a comer o que “elas” acham que é melhor ou o que vai dar mais fama e dinheiro para “elas”.
Acabamos sendo uma população que não sabemos saborear, não sabemos escolher e não sabemos comprar nossos alimentos. Já tive cliente que comprou repolho achando que era alface americana. E quando fui argumentar que pode ser confundida na hora da pressa, ouvi a cliente dizendo que não, realmente ela nunca havia comprado um pé de alface americana, nem de repolho. Ela está errada? Talvez, ela é uma pessoa muito ocupada, mas com certeza estamos muito mal informados sobre nossa nutrição.
Acredito que para tentarmos solucionar tudo isso temos que ter mais atenção conosco. Pensar e sentir o que gostamos de comer, quanto precisamos comer e quando precisamos comer. Vamos tem mais consciência de como nos tratamos.