A difícil tarefa de identificar medos e saber como enfrentá-los

Crônicas e Contos

Segundo definição do dicionário Aurelio, “medo é um estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaças  reais, hipotéticas ou imaginárias”.

O medo tanto pode ser protetor como paralisante, ele é protetor quando nos encontramos em uma situação real de perigo. Exemplo: quando nos deparamos a beira de um precipício sabendo que podemos correr o risco de cair, nesse caso, o sentimento de medo será uma proteção o que nos fará recuar e buscar outro caminho. A maioria das cobras não são venenosas, mas é bom que tenhamos medo de modo geral, pois não sabemos qual espécie é venenosa e qual não é, portanto, vamos deixar essa coragem para os especialistas no assunto.

O medo passa a ser paralisante quando imaginamos coisas ou situações inexistentes ou até mesmo quando nos deixamos levar por fatos divulgados pela mídia como ameaçadores. Um exemplo disso é o medo de avião, comum em muitas pessoas.

Você sabia que tomar banho é muito mais perigoso que andar de avião? Pois então, leia isso com atenção. As estatísticas provam que muito mais pessoas morrem tomando banho do que andando de avião. As chances de você morrer tomando banho são de 685 mil, enquanto que em desastres aéreos são de 11 mil. Mortes no banho aumentam muito mais entre bebés e idosos (nesses uma das maiores causas, são as quedas). Da mesma forma podemos citar o já famoso caso do zika vírus, onde atualmente temos um pânico maior do que o da gripe comum, entretanto, esse último mata 500 mil pessoas por ano muito mais que o zika. Estive nos parques de Orlando há umas semanas atrás e todos estavam distribuindo gratuitamente repelentes contra o zika vírus.

A Psicologia chama isso de “viés cognitivo”, um atalho mental que seu cérebro toma para cortar caminho e tomar decisões mais depressa, são uma espécie de ciclovia mental que permite que a mente trabalhe sem se preocupar em ser alvo de carros na pista. Isso quer dizer que tendemos mais a nos lembrar de coisas mais memoráveis, por isso esses medos se tornam mais comuns uma vez que a mídia trata mais de alardear esses tipos de situações.

Existem vários tipos de medo e esse sentimento é muito pessoal, o que pode assustar uma pessoa, pode não ter a menor importância para outra. Além do medo de avião e cobras, existem muitos outros, tais como andar de carro, dirigir, perder o emprego, medo de animais domésticos, de insetos tais como as indesejáveis baratas. Um medo muito comum é o de falar em público, mesmo que seja para uma plateia reduzida e ate mesmo conhecida.  A lista desse tipo de sentimento é imensa.

Porém o problema pode não ser a situação em si e nem mesmo a própria pessoa, mas sim o que ela pensa que pode acontecer e qual o mal que tal situação pode lhe causar. Um bom passo para identificarmos o medo é percebermos que todos eles surgem da preocupação a respeito do que poderá acontecer em consequência da situação em si e não da situação propriamente dita.

É bom alertar aqui que não estou me referindo ao medo patológico, que é aquele que afeta o indivíduo a nível físico, psicológico e social e que podemos denominar de “fobia”.   Isso vamos deixar para um próximo artigo.

Lúcia é psicóloga com mais de 35 anos de experiência tendo atuado tanto nas áreas de Recursos Humanos e Psicologia Clinica, atendendo adolescentes e adultos. É Practitioner em PNL (Programação Neurolinguística) e trabalha atualmente como Life Coach.  Sua missão é ajudar as pessoas na busca por uma vida melhor.  Para contato, use o email: luciadarzi@yahoo.com.br.